PCM – liga de prata utilizada pela Miyazawa, com 65% de prata e outros materiais nobres. Responde rapidamente e projeta bem o som.
Silver (prata) – usada há mais de um século, é uma escolha certa e segura para flautas. De acordo com o fabricante, tem diversos índices de pureza e apresenta liga com diferentes materiais. A prata tem ótima resposta sonora, brilhante e viva. A prata pura só é normalmente encontrada em banhos de flautas mais baratas, de nickel-silver. Resiste muito à corrosão. Coin Silver – de modo geral, 80% a 90% prata em liga com cobre. Como o cobre escurece mais rapidamente, resulta que as flautas de coin-silver são quase sempre folheadas com uma
camada de prata.
Sterling Silver – 92.5% de prata. É um metal padrão para bons instrumentos, mas escurece um pouco. A sterling-silver foi usada como metal padrão na Inglaterra do século 12, quando o Rei Henry II a importou de uma região da Alemanha conhecida como Easterling. Daí o nome.
Britannia Silver – 95.8% prata. Este material nobre é, ao que se saiba, somente usado em certos modelos da Altus [e AZUMI]. O nome vem do fato de que este metal serviu para cunhar moedas na Inglaterra, de 1697 a 1719.
Super Solid Silver – utilizada pela Sankyo e Altus em suas flautas mais caras, contendo incríveis 99% de prata.
Auromite – 14K rose-gold, fundido a um tubo de sterlingsilver. Em matéria sonora, tende ao escuro e exuberante som do ouro-maciço.
Gold Silver – composição nova de 10% de ouro e 90% de prata. Altamente resistente à corrosão. Tem o brilho sonoro da prata com um pouco do timbre quente do ouro. É um metal que resulta em flautas com uma linda sonoridade.
Paládio Rose Silver – é um material usado pela Miyazawa, com uma sonoridade similar ao rose-gold (ouro 14K). Compõe-se de prata, cobre (na mesma proporção das flautas em rose-gold) e palladium. Experimentos realizados com flautas com alta percentagem de cobre mostraram terem as mesmas uma colorida e flexível paleta sonora. As flautas de palladium rose-silver possuem muitos harmônicos e uma sonoridade sólida e estável.
Ouro – mais denso que a prata, fica mais resistente quando associado a outros metais, como o cobre. As flautas em ouro são características pelo som mais quente e escuro. De acordo com a quantidade de ouro em relação aos outros metais da liga, o ouro pode ser de 9, 14, 18 ou 24K. O ouro apresenta-se comumente em liga com o cobre, mas também pode estar associado com a prata ou outros materiais. Quanto maior a quantidade de ouro, mais quente é o som. Quando em 24K, o ouro vem em liga com traços muito pequenos de titânio, visando aumentar a resistência do material. Algumas flautas atuais são bonded, isto é, uma fina camada de ouro é aplicada sobre a prata ou outro metal. Esta camada de ouro é mais espessa que a de prata nas flautas mais baratas.
Platina – o mais denso material para flautas. De cor branca, essas flautas têm uma sonoridade penetrante e, segundo alguns, algo dura. O nome vem do fato de que quando a platina foi descoberta pelos espanhóis em 1538, chamava a atenção por se assemelhar em cor à prata.
Ródio – utilizado para revestir flautas, proporcionando um acabamento brilhante e fortalecendo qualquer material. Especialmente empregado para evitar corrosão em chaves e mecanismos. Somente utilizado pela Miyazawa.
Fibra de Carbono – material ainda experimental, usado pela fábrica finlandesa Matit. A característica mais conhecida destas flautas é terem um som muito amplo, mais forte do que o da prata, segundo testes acústicos realizados. A fibra de carbono é muito leve, além de bastante resistente. No Brasil, nosso colega Leo Fuks vem fabricando bocais em fibra de carbono.
Ebonite – material resultante da combinação de chumbo, enxofre, borracha e pigmento preto. Resistente a qualquer abuso e mal-trato, não absorve umidade e o som melhora com o passar do tempo. As flautas de ebonite foram razoavelmente usadas na 2ª metade do século 19, estando praticamente abandonadas hoje em dia.
Madeiras – largamente empregadas até princípios do século 20, hoje ressurgem do passado. Várias madeiras foram e ainda são usadas para flautas, como o cocus-wood (tipo de grenadilla; som forte e brilhante), a grenadilla (African blackwood; brilhante e um pouco menos sonora que a anterior; com o tempo adquire um som mais doce), o ebony (ébano), praticamente extinto nos dias de hoje (linda sonoridade, mas algo propensa a rachaduras e trincas) e o box-wood (madeira de buxo; som brilhante e doce.
E, finalmente, alguns materiais experimentais, como o titânio (usado pela Landell), cermet (cerâmica associada a certos metais), o bronze (utilizado experimentalmente por Jack Fraser), o aço inoxidável (usado eventualmente pela Rudall Carte desde 1935, chamado de "O Novo Metal"; corpo e pé em uma peça única; usado também no mecanismo das flautas pelo inglês Stephen Wessel), o perspex (resina acrílica transparente produzida pela Selmer nos anos 40 e 50), e o alumínio (usado na Alemanha por Uebel; os tubos eram muito espessos).
Autor: André Luiz Medeiros
Fonte: Revista Pattápio, edição: AnoXII - No 26 - Julho de 2006. A Revista já publica e está gratuita no site da Abraf. Publicado aqui com permissão do caríssimo Rogério Wolf, presidente da ABRAF.
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